O Enem é uma grande porta de entrada para o ensino superior e disso você já sabe. No entanto, muitas dúvidas surgem pelo caminho quando se fala no exame, já que a prova é dividida em dois dias e tem inúmeras questões.

Trazemos, portanto, um guia completo da prova do Enem, com informações sobre dias, etapas, número de perguntas, entre outras questões que estão na sua cabeça. 

Como é dividida a prova do Enem?

A prova é aplicada em dois domingos consecutivos, ou seja, um atrás do outro. No total, as pessoas candidatas devem responder a 180 questões de múltipla escolha, com cinco alternativas cada. 

No primeiro domingo de provas, é necessário responder 45 perguntas de cada uma das seguintes áreas: 

• Ciências Humanas e suas Tecnologias, com perguntas de História, Geografia, Filosofia e Sociologia;
• Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, com questões de Português, Língua Estrangeira, Artes, Educação Física, além de perguntas relacionadas a Tecnologias da Informação e Comunicação.

Em relação às questões de língua estrangeira, o estudante pode escolher o idioma, entre inglês e espanhol, no momento da inscrição, e responder cinco perguntas da disciplina. Caso a pessoa candidata não informe qual idioma deseja fazer na prova, automaticamente, as cinco questões serão de língua inglesa. 

Além das 90 questões, na prova de Linguagens é exigida a escrita de uma redação no estilo dissertativo-argumentativo sobre algum tema de relevância social, cultural, científica e/ou política, com limite de 30 linhas.

Sobre isso, os temas de redação do Enem são muito aguardados, devido à temática social que elas trazem. Nos últimos anos, as temáticas estiveram relacionadas à estigmatização de doenças mentais, acesso ao cinema, intolerância religiosa, entre outras.

No segundo dia, os candidatos devem responder 45 perguntas de cada uma das áreas abaixo:

• Ciências da Natureza e suas Tecnologias, composta por questões de Biologia, Física e Química;
• Matemática e suas Tecnologias, com perguntas que envolvem Matemática.

Sobre a duração, é importante ressaltar que, no primeiro dia, a prova dura cinco horas e meia, enquanto no segundo dia, a duração é de cinco horas. 

Porque o Enem tem vários cadernos?

Isso se deve a alguns motivos. Um deles é evitar fraudes ou que os participantes colem, o que justifica a impossibilidade de escolher uma cor de preferência para o caderno de prova.

As questões do exame são rigorosamente as mesmas, independente da cor do caderno (azul, amarelo, branco, rosa e cinza). A diferença é que elas são distribuídas de forma diferente em cada um dos cadernos, justamente para evitar a cola entre alunos. 

O outro motivo é que os cadernos são personalizados com o nome e o número de inscrição da pessoa candidata para garantir mais segurança na realização do exame. 

Composição do caderno de questões

Além das diferentes cores, que evita golpes e facilita a correção das provas, há outras informações na capa do caderno de questões. 

Uma delas é relacionada à identificação, mais precisamente itens como código de barras, informações sobre o número de questões e a divisão de áreas dos cadernos. 

Também estão presentes as informações que devem ser preenchidas no cartão-resposta. A cor de caderno deve ser assinalada e a frase de identificação para verificação ortográfica.

Claro, os dados pessoais não podem faltar, também para evitar fraudes. É preciso confirmar os seus dados antes de iniciar a prova. Caso tenha algum erro, chame o fiscal de prova para resolver o problema.

A respeito da frase de identificação, ela deve ser transcrita pelo estudante, com a intenção de comparar a caligrafia do caderno de respostas com a folha de redação. Isso previne a troca de cadernos e que participantes façam a prova no lugar de outros. 

Quantas questões tem em cada matéria no Enem?

Como ressaltamos há pouco, são 45 questões para cada área do conhecimento, dentre as quatro subdivisões existentes.

Não é possível determinar uma quantidade exata de perguntas por disciplina. Não só porque elas estão inseridas em áreas “maiores”, como também muitas questões são interdisciplinares, isto é, unem conceitos de matérias diferentes.

Porém, de acordo com a divisão dos cadernos, é possível obter uma estimativa do número de questões dedicadas a cada disciplina, a partir do que já ocorreu em provas antigas, como elencamos a seguir:

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias

• Inglês ou Espanhol: 5 questões;
• Educação Física: 3 a 4 questões;
• Literatura e História da Arte: 5 a 7 questões;
• Interpretação de texto e semântica gramatical: 25 a 30 questões.

Ciências Humanas e suas Tecnologias

• Filosofia: 5 a 6 questões;
• Sociologia 2 a 3 questões;
• História: 10 a 15 questões;
• Geografia: 9 a 11 questões.

Ciências da Natureza e suas Tecnologias

• Química: 13 a 15 questões;
• Física: 12 a 13 questões;
• Biologia: 17 a 19 questões.

E, claro, no caderno de Matemática e suas Tecnologias, são 45 questões focadas somente na disciplina. Isso justifica a necessidade de focar os esforços na matéria para que a sua nota final suba. O peso que ela tem na hora de definir a sua média final também é maior.

É melhor fazer a redação primeiro no Enem?

Não há resposta exata, pois isso depende do perfil do candidato.

A primeira dica é levar em consideração o tempo que será necessário dedicar à redação e à resolução das questões. 

Caso você tenha controle do seu tempo e seja ágil o suficiente para não “boiar” nas questões mais difíceis, pode ser uma boa terminar a prova pela redação. 

Outro ponto é que se você possui facilidade com a redação, é interessante resolver as questões da prova que, com certeza, oferecerão algum nível de dificuldade. E escrever o texto no fim.

Mas há o outro lado da moeda. Começar pela redação pode ser interessante, pois se está com a mente fresca no início da prova e é muito mais fácil raciocinar para atender todas as propostas exigidas pelo texto dissertativo.

Outro ponto é que caso você tenha problemas com gerenciamento de tempo, começar pela parte escrita ajuda a tirar o peso de voltar para a redação depois da prova. Também diminui a ansiedade e o medo de não dar conta do texto após resolver as questões.

Caso comece pela redação, o ideal é terminar tudo (rascunho e versão final) para só aí ir às perguntas de múltipla escolha. Assim, o raciocínio não é interrompido — no que se trata de redação, uma vez que a linha de pensamento é perdida, é difícil retomá-la depois. Ou fazer o rascunho, deixar a mente “descansar” respondendo outras perguntas e voltar para passar a redação a limpo, antes do final da prova. 

Mas, claro, a decisão final é sua. Por isso, a autoanálise e os treinos contínuos por meio de simulados são fundamentais para descobrir o que é melhor para você. 

É necessário fazer as duas provas do Enem?

Se você quiser ter mais chances de tirar notas mais altas, é desejável comparecer aos dias de prova do Enem.

Caso você só vá ao primeiro dia de prova, nada o impede de concorrer aos processos seletivos como Sisu, Prouni e Fies. No entanto, a sua média final só será calculada com base nas notas do primeiro dia (redação, ciências humanas e linguagens e códigos).

Na prática, com dois zeros decorrentes da ausência às provas de matemática e ciências da natureza, vai ser bem mais difícil tirar aquele notão e estar apto a competir em processos seletivos de ampla concorrência. 

Agora, caso você não compareça no primeiro dia, é quase que desnecessário ir fazer a prova no domingo seguinte. Isso porque é imprescindível fazer a redação (e não tê-la zerado) para concorrer às seleções que citamos acima. 

Caso trabalhe, eu posso faltar ao serviço para fazer o Enem?

Pode. Não ir ao trabalho para prestar exames é uma falta considerada justificada, conforme a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Sendo assim, seu empregador não pode descontar a ausência da folha salarial de seu funcionário que é candidato. Mas é importante combinar a falta previamente. 

Ademais, quem for fazer a prova deve retirar, em sua página do participante, no portal do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), a Declaração de Comparecimento, que deve ser preenchida pelo coordenador de local de prova, a fim de comprovar sua presença no exame.

Qual a diferença entre o Enem tradicional impresso e o Enem digital?  

A principal diferença entre um formato e outro são as maneiras de se aplicar a prova (um exame é presencial e outro é digital).

Outra coisa é que as datas de aplicação dos exames tendem a ser diferentes. Pelo menos em 2020, as datas do exame impresso e digital foram distintas. Já em 2021, ambos os formatos foram aplicados no mesmo dia.

O número de inscrições também difere. Ou seja, enquanto na prova física, a quantidade de inscritos não tem limites, na modalidade digital, há um número pré-definido de vagas. E quando o mesmo é atingido, o sistema fica indisponível — em 2020 e 2021, foram pouco mais de 100 mil vagas oferecidas para a prova online. 

Além disso, somente quem já concluiu ou vai concluir o ensino médio no ano de aplicação do exame pode fazer a prova digital. Os treineiros só poderão fazer a avaliação na prova presencial. 

Mais um ponto de divergência são as localidades. A prova física é ministrada em todo o Brasil e a digital não (em 2021, foram aplicadas provas online em 110 cidades brasileiras, embora o Inep queira aumentar esse número). 

Vale dizer que é intenção do Inep fazer com que o Enem seja totalmente digital até 2026. 

E tenha bastante atenção em qual formato de prova você deseja fazer no momento de inscrição: uma vez que a opção for escolhida, ela não poderá mais ser alterada. 

Respira fundo! 

A gente sabe que a prova do Enem é longa e exaustiva. O mais importante nessa reta final é continuar seus treinos para estar em ponto de bala para o exame.

Além disso, nas semanas anteriores à prova, vale a pena desacelerar aos poucos para fazer a avaliação com o máximo de tranquilidade possível.

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