Para conscientizar a sociedade sobre a importância da doação de medula óssea, o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea foi criado. Ele acontece sempre no terceiro sábado do mês de setembro, que neste ano de 2020 corresponde ao dia 19.
A medula óssea é um tecido líquido-gelatinoso, localizado no interior dos ossos, que tem extrema importância para o desenvolvimento das células sanguíneas (leucócitos, hemácias e plaquetas). Quando ela falha, a fabricação das células do sangue fica prejudicada e o indivíduo precisa de transplante para continuar vivendo.
“As pessoas beneficiadas com a doação de medula ósseas são as que fazem tratamento para doenças hematológicas e com deficiências no sistema hematológico. Geralmente, as mais necessitadas do transplante são as que possuem patologias como linfomas, leucemias originárias das células da medula óssea, doenças do sistema imune em geral, dos gânglios e do baço, anemias graves”, explicou a professora Ana Larissa Nogueira, coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Florence.
Atualmente, no Brasil, cerca de 850 pacientes estão em busca de um doador compatível de Medula Óssea não parental no Banco de Registro de Doadores de Medula Óssea (Redome) e há 5.212.391 doadores cadastrados. Para realizar um transplante de medula é necessário que haja compatibilidade entre doador e receptor, para não correr o risco de haver rejeição. A combinação de genes entre eles deve ser idêntica (100%) ou muito próxima do ideal (90%).
Segundo dados do Redome, o doador ideal (irmão compatível) só está disponível em cerca de 25% das famílias brasileiras. Para 75% dos pacientes é necessário identificar um doador alternativo, a partir dos registros de doadores voluntários, bancos públicos de sangue de cordão umbilical ou familiares parcialmente compatíveis (haploidênticos).
“Nem todas as pessoas podem doar, pois existem alguns critérios a serem preenchidos. Porém, quanto mais pessoas souberem e se cadastrarem no Redome, melhor, já que a questão de compatibilidade entre doador e receptor precisa ser total ou quase completa”, esclareceu a professora Ana Larissa.
Para ser doador de medula óssea é preciso, primeiro, procurar o hemocentro do seu estado, munido de documento de identidade, e informar o seu interesse em se candidatar. A pessoa deve ter entre 18 e 55 anos de idade, estar em bom estado de saúde, não ter doença infecciosa transmissível pelo sangue, fazer um cadastro com informações pessoais e coletar uma amostra de sangue com 5 ml para testes de compatibilidade.
O candidato a doador também não pode ter doenças infecciosas ou incapacitantes, nem apresentar doenças como câncer, doenças hematológicas (do sangue ou do sistema imunológico).
Após a inclusão do novo possível doador no Redome, ele permanecerá ativo até os 57 anos de idade. É preciso manter seu cadastro atualizado, através do endereço: http://redome.inca.gov.br/doador/como-atualizar-os-dados/, pois, no caso de haver um paciente compatível, será preciso encontrá-lo o mais rápido possível.
Caso o doador venha a ser compatível com alguém necessitado de transplante, ele realizará outros exames, que confirmarão a compatibilidade, além de uma avaliação clínica de seu estado geral de saúde. Após todas as etapas concluídas, o doador poderá ser considerado apto à doação.