Uma quantidade considerável de lares brasileiros possui animais de estimação. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saúde 2019 (PNS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), quase 48 milhões de lares possuem pets no Brasil. O número é alto e demonstra o carinho que muitos têm com os bichinhos de estimação. Contudo, apesar de todo o amor que se demonstra ao adquirir ou adotar um pet, é necessário ter uma série de cuidados para garantir e manter a saúde e o bem-estar dos bichinhos.
De acordo com a médica veterinária Camila Moraes, que leciona a disciplina de introdução à profissão de Medicina Veterinária do curso da MedVet da Florence, os cuidados com os animaizinhos devem ser tomados desde o nascimento. “E isso inclui até mesmo a realização de acompanhamento veterinário ‘pré-natal’ de cadelas e gatas gestantes, visando monitorar a saúde da mãe e dos bebês”, afirmou.
Dentre os cuidados neonatais destacados pela professora está a observação da alimentação. “Ao nascer é necessário observar se os bebês estão conseguindo mamar, pois o leite da mãe é muito importe não apenas para alimentar os filhotes, mas também para fortalecer o sistema imunológico deles, sobretudo nas primeiras 36 horas ‘pós-parto’, quando a fêmea libera o ‘colostro’”, explicou.
“Algumas fêmeas não possuem habilidade materna e rejeitam os filhotes, ou simplesmente não conseguem gerar leite, deste modo, é necessário estimular a produção de leite por meio de uma dieta especifica nessas fêmeas e muitas das vezes até realizar o aleitamento artificial nesses filhotes”, alertou. “Além disso, também é necessário observar se os filhotes estão aquecidos devidamente, “pois ao sistema termorregulador difere dos adultos”, asseverou a médica veterinária.
Conforme a professora Camila Moraes, outros temas importantes a serem destacados para a manutenção da saúde e do bem-estar dos pets são a vacinação e a vermifugação. “É muito importante que o animal receba todas as vacinas e vermifugação em dia para evitar que ele adoeça. Vale ressaltar que os passeios devem ser evitados até que o animal complete o esquema vacinal, pois nesse intervalo o animal ainda está vulnerável e pode ter contato com agentes causadores de doenças. O tutor deve sempre conversar com o veterinário para saber quais são as doenças mais comuns na região onde vive com seus animais, deste modo, o protocolo vacinal do animal será baseado nas doenças comuns da região”, destacou.
Para ter uma vida longa e saudável é fundamental que os animaizinhos tenham uma alimentação rica em nutrientes. A veterinária Camila Moraes pontua a importância de evitar comidas industrializadas ou caseiras que sejam ricas em sais e gorduras. “É sempre importante optar por rações ou dietas caseiras (passadas por nutricionistas veterinários) específicos para cada fase de vida do animal. Por exemplo: ‘filhote’, ‘adulto’, ‘castrado’ etc.”, detalhou.
Alimentos vencidos também podem ser grandes vilões na manutenção da saúde dos animais de estimação. “Enfatizamos o perigo de oferecer alimentos com prazo de validade vencida, alimentos que podem causar engasgamento ou feridas no trato digestivo, alimentos contendo alergênicos e alimentos tóxicos para animais, como por exemplo o chocolate, cebola e alho, uvas, abacate etc.”, acrescentou.
Um dos pontos indispensáveis é ter um veterinário de confiança para cuidar do seu pet, conforme destacou a professora. “Sabemos que animais possuem anatomia e fisiologia diferente dos humanos e até mesmo diferenças entre as outras espécies animais, portanto não se deve medicar animais doentes sem a prescrição do médico veterinário, pois isso pode levar o animal a problemas graves e até mesmo ao óbito. Por isso a assistência veterinária periódica é de fundamental importância”, alertou.
Conforme a médica veterinária Camila Moraes, um dos hábitos comumente praticados por quem cria animais de estimação é evitar que eles procriem. Nestes casos, ela destaca que, em muitos casos, é feita a aplicação de anticoncepcional, o que não é recomendado. “Isso pode acabar provocando problemas de saúde como o desenvolvimento de o câncer de útero e nas glândulas mamarias, o que pode evoluir para maiores complicações. Desta forma, o recomendado nos casos em que não querem que haja a reprodução é castrar o animal”, disse.
Outro hábito comumente observado é a aplicação de vacinas em animais doentes. De acordo com a professora, essa é outra iniciativa equivocada. “A vacina é prevenção e deve ser feita no intuito de impedir que o animal adoeça. Se o animal já adquiriu a doença, ele deve ser tratado pelo médico veterinário e não vacinado”, advertiu.
Também é comum, infelizmente, ver animais abandonados por conta de uma aquisição precipitada de um animal de estimação. “Isso, além de ser errado e péssimo para a saúde do animal, ainda é crime contra o animal (meio ambiente) e contra a saúde pública. Por essa razão, se você deseja criar um animal, você deve se fazer as seguintes perguntas: eu realmente quero? Eu tenho condições financeiras e tempo para oferecer alimentação, abrigo, assistência veterinária, tempo, lazer e bem-estar ao animal?”, orientou.
Sem dúvidas, criar um pet exige dedicação, comprometimento e, acima de tudo, amor. Para tomar a decisão de ter um animal é preciso, antes de tudo, ter a certeza de que um novo ente entra para a família e exige cuidados que vão além de alimento e água. A professora do curso de Medicina Veterinária da Florence destacou, desta forma, os melhores hábitos para manter os pets felizes e saudáveis:
“Oferecer amor e carinho, alimentação e água de qualidade, manter a carteira de vacinação em dia, fazer consultas veterinárias com periodicidade, passear com animal e jamais esquecer que por pet não é gente e que eles precisam ser tratados como pets, livres para expressarem suas emoções, ou seja: Bem-estar animal”, finalizou.
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