A crise mundial por conta da Covid-19 tem afetado diversas áreas da economia, mas também abriu novas oportunidades para algumas profissões, principalmente na área da saúde. O aumento da demanda nesse ramo se justifica pela necessidade de profissionais para o tratamento de pessoas infectadas pelo novo coronavírus, dentre eles, estão os fisioterapeutas, os enfermeiros e os farmacêuticos.
Conforme levantamento da Catho, as vagas para fisioterapeuta respiratório cresceram 4.480% no ano passado em relação a 2019, ocupando o topo do ranking das profissões com maior demanda durante a pandemia.
“O fisioterapeuta tem um papel fundamental nas unidades de terapia intensiva e na recuperação do paciente pós-internação da Covid-19. O atendimento fisioterapêutico contribui para evitar complicações cardiorrespiratórias em indivíduos internados e também para recuperar a capacidade pulmonar e motora de quem já se curou da doença. Em pacientes críticos, o trabalho do fisioterapeuta inicia até com o controle dos parâmetros da ventilação mecânica, além dos exercícios motores, diminuindo os efeitos do imobilismo”, esclareceu a professora Beatriz Marroquim, coordenadora do curso de Fisioterapia da Faculdade Florence, a respeito da importância desse profissional no combate à Covid-19.
Segundo dados do relatório Empregos em Alta do LinkedIn, as contratações de enfermeiros de terapia intensiva registraram um crescimento recorde de 820% entre abril e outubro de 2020 em comparação a 2019, com grande parte dessas funções sendo preenchidas por ex-enfermeiros generalistas. A pesquisa também demonstra que a profissão está entre as tendências para 2021.
Os enfermeiros são essenciais para os sistemas de saúde, desde a rede básica, realizando educação em saúde, elaborando e aplicando estratégias de prevenção em saúde, até o desempenho de ações de cuidado e gestão da assistência em ambientes hospitalares.
“Infelizmente em 2021 a luta contra a Covid-19 ainda não cessou, exigindo da enfermagem um papel de protagonismo. Os atendimentos de pacientes com quadros mais graves da doença acontecem dentro de uma UTI, local em que o enfermeiro atua de forma integral e qualificada aplicando também os seus conhecimentos de sistematização da assistência de enfermagem a fim de recuperar e reabilitar os pacientes. Dentro deste novo cenário, o mercado de trabalho para o enfermeiro está em expansão, pois entendo que não somente na assistência direta ao paciente podemos ser heróis, mas também na gestão, na docência, na pesquisa e no empreendedorismo”, explicou a docente das disciplinas de Sistematização da Assistência de Enfermagem, Saúde do Idoso e Primeiros Socorros do curso de Enfermagem da Florence, Marcia de Jesus.
Segundo a análise do Glassdoor, site de recrutamento que compila oportunidades de emprego, o farmacêutico está entre os 10 cargos com maior demanda no Brasil. No relatório Empregos em Alta do LinkedIn, a profissão está em terceiro lugar com maior oferta de vagas, ficando atrás apenas de vagas para médicos especializados e cargos na área da tecnologia.
Por sua competência e disponibilidade, o farmacêutico representa frequentemente a primeira possibilidade de acesso ao cuidado em saúde. “O farmacêutico é um profissional que já atua no cuidado em saúde com focos na farmacoterapia, rastreamento em saúde, manejo de problemas de saúde autolimitados e educação em saúde. Por isso, o profissional farmacêutico é um dos protagonistas no combate à Covid-19, atuando na linha de frente, orientando a população sobre os sintomas, tirando dúvidas, rastreando e notificando casos sintomáticos. Ele trabalha atuando também nas pesquisas clínicas em busca de medicamentos eficazes contra a comorbidade e nas análises clínicas auxiliando no diagnóstico e prognóstico médico da doença”, explicou a docente Nilviane Pires, professora das disciplinas de Farmácia Clínica, Semiologia e Bioquímica Clínica do curso de Farmácia da Faculdade Florence.
Vale ressaltar, ainda, que o Brasil foi um dos países mais impactados pela pandemia e, portanto, investiu muito em projetos de pesquisa relacionados à Covid-19. De acordo com o LinkedIn, organizações de pesquisa como o Instituto Butantan, o IQVIA e o PRA Health Sciences estão entre as empresas que mais contrataram em 2020 profissionais da área da saúde. Das contratações, 73% dos cargos foram preenchidos por profissionais do sexo feminino.
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