A pandemia alterou em muitos aspectos a vida dos brasileiros e um deles foi a alimentação. Conforme um estudo do Datafolha, encomendado pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), brasileiros e brasileiras de 45 a 55 anos aumentaram de 9% para 16% o consumo de produtos ultraprocessados no ano passado. De acordo com a nutricionista Nádia Matias, coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Florence, é preciso entender o que são alimentos ultraprocessados e ter cuidado com os riscos de uma alimentação que os têm como base. Ela destacou ainda a importância de buscar uma alimentação saudável.
“De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira (2014), alimentos ultraprocessados são formulações industriais que têm em sua composição substâncias extraídas de alimentos, derivadas de constituintes de alimentos e de uso exclusivamente industrial. São exemplos de alimentos ultraprocessados: biscoitos recheados, salgadinhos ‘de pacote’, refrigerantes, macarrão instantâneo, balas e guloseimas em geral”, explicou a professora.
Conforme Nádia, uma forma rápida e simples de identificar esses tipos de alimentos é realizar a leitura do rótulo do alimento. “Em geral, os alimentos ultraprocessados possuem elevado número de ingredientes (cinco ou mais), além disso, possuem ingredientes de nomes pouco comuns, que geralmente, não encontramos no mercado e nem temos em casa, tais como gordura vegetal hidrogenada, óleos interesterificados, xarope de frutose, emulsificantes, corantes, aromatizantes, realçadores de sabor, e vários outros)”, detalhou.
Um outro alerta feito pela professora é com relação às versões vendidas como “saudáveis”. “Muitas vezes, os produtos ultraprocessados são comercializados em versões ditas mais ‘saudáveis’ como light ou diet, ou enriquecidos com fibras e vitaminas, quando na verdade sabemos que o conteúdo de gordura do produto foi reduzido à custa do aumento do consumo de açúcar ou o inverso. A adição de fibras e vitaminas sintéticas não tem a mesma garantia de absorção pelo organismo que aquelas presentes no alimento in natura ou minimamente processado”, detalhou.
Apesar de parecer ser uma tendência entre os brasileiros, a professora Nádia alerta que esses alimentos apresentam uma composição nutricional desbalanceada. “Eles são ricos em gorduras, açúcares e sódio, e ainda costumam ser pobres em fibras, em vitaminas e minerais e outras substâncias com atividades biológicas importantes para o nosso organismo. Ou seja, essa composição nutricional desbalanceada pode contribuir para o desenvolvimento de doenças como diabetes, doenças cardiovasculares, diferentes tipos de câncer, além de aumentar o risco de deficiências nutricionais. Sem contar que os efeitos em longo prazo do consumo de diferentes aditivos alimentares ainda não estão bem conhecidos”, alertou.
Apesar dos riscos, são justamente esses os alimentos que estão sendo mais consumidos pelos brasileiros. Conforme o estudo do Datafolha, os salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados foram os campeões de consumo entre os brasileiros de 18 a 55 anos, subindo de 30% para 35% a proporção de pessoas que os consomem. O segundo lugar no ranking ficou para margarina, maionese, ketchup ou outros molhos industrializados, cujo consumo subiu de 50% para 54% em 2020.
A professora destaca, ainda, que o consumo dos alimentos ultraprocessados pode elevar o risco do desenvolvimento da obesidade. “Eles apresentam uma elevada quantidade de calorias por grama, portanto, quando consumimos em excesso, a tendência é ingerir mais calorias que o necessário, aumentando o risco de desenvolver obesidade. Além do mais, os ultraprocessados são formulados para serem extremamente saborosos, ‘irresistíveis’, práticos, e comercializados em embalagens de tamanho gigante. Esses aspectos contribuem para o consumo excessivo desses alimentos e consequentemente das calorias presentes, contribuindo para o aumento do risco de obesidade”, disse.
Apesar de ser aconselhável que todos evitem os alimentos ultraprocessados, a professora Nádia destaca a importância de uma especial atenção com pessoas que já possuem alguma doença crônica não transmissível, como hipertensão arterial, diabetes ou obesidade, pois elas podem ser agravadas com o consumo desses alimentos. Outro grupo que precisa ficar atento são as crianças e adolescentes. “Esses são grupos que estão em constante crescimento e desenvolvimento e o consumo excessivo desses produtos poderá acarretar consequências significativas à saúde”, reiterou.
Conforme a docente, o ideal é sempre preferir consumir alimentos in natura ou minimamente processados a alimentos ultraprocessados, por isso ela deu dicas pontuais para auxiliar nessa missão:
– Optar por água, leite e frutas no lugar de refrigerantes, bebidas lácteas e biscoitos recheados;
– Preferir comida feita na hora (arroz e feijão, saladas, refogados de legumes, caldos) em vez de sopas de “pacote”, macarrão “instantâneo”, pratos congelados industrializados;
– Preferir as sobremesas e bolos caseiros, dispensando os industrializados;
– Evitar fazer compras em locais que só vendem produtos ultraprocessados e evitar comer em redes de fast-food;
– Para economizar na compra de legumes, verduras e frutas, preferir aquelas que estão na safra, pois sempre terão menor preço.
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