Mais de 5 milhões de pessoas são acometidas pelas doenças inflamatórias intestinais (DII) no mundo, por isso o mês de maio é dedicado à sensibilização da população para o diagnóstico precoce. A campanha foi criada pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) em alusão ao Dia das doenças inflamatórias intestinais, mundialmente lembrado em 19 de maio.
Segundo a SBCP, as doenças inflamatórias intestinais (DII) atingem 13,25 em cada 100 mil habitantes no Brasil, sendo 53,83% de doença de Crohn e 46,16% de retocolite ulcerativa.
De acordo com a enfermeira Tatiana Siqueira, professora de Enfermagem da Faculdade Florence, as doenças inflamatórias intestinais estão relacionadas a uma série de condições de saúde que envolvem inflamação do sistema digestivo, especialmente o intestino.
As DII afetam homens e mulheres. Geralmente, o diagnóstico é feito por volta dos 30 anos de idade e ainda não é possível determinar com exatidão quais são as causas. “Os estudos apontam para causas multifatoriais, isto é, diversos fatores, inclusive hereditários, podem estar ligados à doença. Embora a causa exata ainda não seja conhecida, a ciência já identificou desencadeadores que podem piorar os sintomas de quem já possui uma doença inflamatória intestinal – com ou sem manifestações clínicas – como tabagismo, stress, administração inadequada de medicamentos (como esquecer o horário da medicação e dosagem incorreta) e ingestão de alguns alimentos (conservas, embutidos e alimentos apimentados)”, pontou a professora Tatiana Siqueira.
Os sintomas mais característicos das DIIs incluem:
Diarreia;
Dor abdominal;
Presença de sangue nas fezes;
Pus e muco nas fezes;
Movimentos intestinais vigorosos e dolorosos;
Perda de peso sem explicação aparente;
Febre;
Mal-estar geral.
“Uma diferença importante entre uma infecção gastrointestinal comum e uma doença inflamatória intestinal é o período durante o qual paciente apresenta os sintomas da doença. Geralmente, no caso de uma infecção gastrointestinal, os sintomas quase desaparecem em uma ou, no máximo, duas semanas. Porém, no caso de alguma doença inflamatória intestinal, esse período pode demorar mais para passar e possivelmente haverá outros episódios ou crises posteriormente”, explicou a professora Tatiana Siqueira.
Além disso, as doenças inflamatórias intestinais podem causar outros sintomas, como: problemas oculares; problemas articulares; inflamações na pele; infecções nas vias biliares e fígado.
A prevenção das doenças inflamatórias intestinais está relacionada com hábitos saudáveis. É necessário ter cuidado com a saúde do corpo e da mente, evitando principalmente o tabagismo.
“As doenças inflamatórias intestinais são consideradas multifatoriais, então têm fatores externos, alimentares e tabagismo. A gente aconselha todos os pacientes a manterem hábitos alimentares saudáveis, de preferência com acompanhamento de um profissional, mantendo uma dieta adequada, rica em fibras, verduras, frutas, bastante líquido e cerais, além de parar com o tabagismo totalmente”, indicou.
Sim, mas depende de cada caso, de acordo com Tatiana. Existem três classificações para os pacientes e em cada caso é necessária uma avaliação. As classificações consideradas médias e graves demandam mais cuidado. “Temos pacientes com o quadro da doença um pouco mais séria e precisamos usar imunossupressores. Para esses pacientes alertamos sobre a importância dos cuidados, mas eles não estão sendo classificados de grupo de risco tão alto. Em pacientes na fase aguda da DII ou que acabaram de descobrir e entraram com a medicação, dentre elas o corticoide, a contaminação por Covid-19 é de altíssimo risco”, alertou a professora Tatiana Siqueira.
Consulte seu médico, a prevenção é sempre o melhor caminho!