Hoje é lembrado o Dia Internacional contra a LGBTIfobia. A data de 17 de maio foi a escolhida para comemorar a decisão da Organização Mundial da Saúde em 1990 de desclassificar a homossexualidade como um distúrbio mental da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID) – uma das primeiras grandes conquistas da comunidade e do ativismo LGBTQI+. O dia representa um grande marco global anual para chamar a atenção para a violência e discriminação sofrida por pessoas com diferentes orientações sexuais, identidades de gênero ou expressões. Apesar de todos os avanços alcançados nos direitos dos LGBTQI+, a data não é uma comemoração – serve para a conscientização.
Ainda hoje a população LGBTQI+ sofre o legado de um passado que marcou profundamente o Brasil como país homofóbico. Com a chegada dessa data tão importante, é inevitável que discussões sobre o assunto venham à tona.
Mas, afinal, o que é homofobia, transfobia e bifobia? Os termos se referem ao desprezo, à antipatia, à aversão, ao preconceito e ao medo irracional de pessoas LGBTs, que se manifestam majoritariamente por meio de agressões físicas e comportamentos hostis — como o bullying e o assédio moral.
Desde sua criação, em 2004, o impacto social que a data causa é tamanho que, com força cada vez maior, mais de 130 países comemoram o dia anualmente com marchas e passeatas que atingem a marca dos milhões. Os meses de maio e junho são marcados pela presença das cores da bandeira LGBTQI+ por diversos cantos do mundo.
Lutas e as conquistas do movimento
1990 – A OMS ordenou a retirada da homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças.
1997 – A marcha GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes) tinha sua primeira edição de peso nas ruas do centro de São Paulo.
2009 – Tornava-se legal a mudança de registro e sexo nas certidões e documentos.
2010 – A adoção de crianças por casais de pessoas do mesmo sexo tornou-se legal em todo território brasileiro.
2011 – A marcha inaugurada em 1997 atingiu a marca de 4 milhões de pessoas na Avenida Paulista reivindicando os direitos dos LGBT+, a maior já registrada até hoje.
2013 – O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) exige que os cartórios registrem casamentos entre pessoas do mesmo sexo em todo território brasileiro.
2016 – Pela primeira vez, uma Mulher Trans mudou o gênero sem avaliação médica, em São Bernardo do Campo-SP, e sem a necessidade de profissional de saúde ou atestado para se dizer mulher.
2019 – O Supremo Tribunal Federal (STF) passa a considerar a prática de homofobia como crime análogo ao de racismo
2020 – O Supremo Tribunal Federal derruba restrições à doação de sangue por pessoas LGBTQI+
O longo caminho a percorrer
O dia 17 de maio é uma data importantíssima também para ressaltar que ainda há muito caminho a percorrer pela frente. Apesar das medidas legais que foram tomadas no Brasil ao longo dos anos, é inegável que o país ainda lidera os rankings mundiais de crimes contra homossexuais. De acordo com o relatório da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais (ILGA), o Brasil ocupa o primeiro lugar nas Américas em quantidade de homicídios de pessoas LGBTs e também é o líder em assassinato de pessoas trans no mundo. De acordo com dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), a cada 19 horas, uma pessoa LGBT é morta no país.
É fundamental a compreensão de que somos todos seres humanos, mas também somos todos seres diferentes. Com experiências, sentimentos, pensamentos, crenças, culturas e sexualidades diversos — indo além do já conhecido relacionamento heteronormativo.
Promover um ambiente de respeito às singularidades de cada pessoa é um dos compromissos assumidos pela Faculdade Florence. As diferenças é o que torna tudo incrível. É o que permite que as pessoas se surpreendam com a vida e aprendam a ser alguém melhor. Pense bem: o quão limitados seríamos se cultivássemos apenas uma forma de pensar, viver e compreender a vida? Sendo assim, a diversidade é uma das nossas maiores riquezas.