Florence Nightingale é provavelmente a enfermeira mais reconhecida da área. O reconhecimento é mais que merecido: considerada a fundadora da Enfermagem como conhecemos hoje, ela foi pioneira no tratamento a feridos de guerra e criadora da primeira escola de Enfermagem do mundo, no Hospital St. Thomas, em Londres. Tamanha era sua vigia dos feridos, que passou a ser chamada de “Dama da Lâmpada”, e, por causa desse cuidado constante com os feridos, a enfermeira de origem inglesa se tornou a personificação de tudo o que a Enfermagem representa.
Florence Nightingale é tão importante para a história da profissão que, em toda formatura ou colação de grau do curso de Enfermagem, alunos do mundo inteiro repetem um juramento escrito por ela:
“Juro, livre e solenemente, dedicar minha vida profissional a serviço da pessoa humana, exercendo a Enfermagem com consciência e dedicação; guardar sem desfalecimento os segredos que me forem confiados, respeitando a vida desde a concepção até a morte; não participar voluntariamente de atos que coloquem em risco a integridade física ou psíquica do ser humano; manter e elevar os ideais de minha profissão, obedecendo aos preceitos da ética e da moral, preservando sua honra, seu prestígio e suas tradições.” (Florence Nightingale)
Esse texto resume muito bem até os dias de hoje as bases da Enfermagem: cuidar da vida humana desde a concepção até a morte. Isso, aliás, torna-se ainda mais claro em tempos de pandemia, quando o novo coronavírus exige uma dose extra de trabalho e dedicação desses profissionais de saúde.
Essa história valorosa começou justamente com Florence: nascida no início do século 19 em Florença, numa região que hoje pertence à Itália, ela logo mostrou à sua família que não iria se satisfazer com o papel de esposa ou dona de casa. Indignada com o tratamento oferecido aos mais pobres no Reino Unido, foi uma das vozes mais famosas na busca por melhores condições de vida na época.
Aos 20 e poucos anos, ela fez treinamentos e visitas a hospitais da Alemanha, Irlanda, Escócia e França para desenvolver sua vocação: cuidar dos enfermos em hospitais e asilos. Nesses países, aprendeu a importância do ar fresco e da luz para a melhora dos pacientes. Também descobriu como a higiene é essencial e foi uma das primeiras adeptas da lavagem de mãos e da limpeza de objetos — recomendações que continuam em alta, como pode ser visto nas campanhas de combate à Covid-19.
Atuação no front
Florence também teve um papel de destaque durante a Guerra da Crimeia, que se desenrolou entre 1853 e 1856 no leste da Europa. Em 1854, partiu em direção a Scutari, região da atual Turquia, para dar suporte aos feridos ao lado de outras dezenas de enfermeiras voluntárias, todas treinadas por ela.
E foi ali que o conhecimento da enfermeira fez toda a diferença: com aquelas práticas básicas de priorizar a circulação do ar, a exposição ao sol e a higiene, Florence conseguiu derrubar a mortalidade entre os soldados britânicos. Antes de suas intervenções, 42% morriam nos leitos. Depois, essa taxa caiu para incríveis 2,2%.
Um legado que dura mais de dois séculos
A criadora da enfermagem moderna seguiu ativa pelo resto da vida e recebeu muitas honrarias. Florence Nightingale morreu no dia 13 de agosto de 1910, aos 90 anos de idade. Mas, até para homenagear a vida dessa heroína, o mundo celebra sua data de nascimento. No dia 12 de maio se comemora o Dia Internacional da Enfermagem.
Todo o legado de Florence se mistura com a história da Faculdade e do Instituto Florence, que carregam essa história, com muito orgulho, em seu peito e em seu nome. Que o legado de Florence Nightingale possa continuar servindo de motivação e inspiração para todos nós.