O dia 28 de maio marca o Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher e o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. As datas têm como objetivo chamar a atenção da sociedade para os diversos problemas de saúde e distúrbios comuns na vida das mulheres, como: câncer de mama, endometriose, infecção urinária, câncer no colo do útero, fibromialgia, depressão e obesidade.
Segundo o último censo do IBGE, as mulheres representam 51 % da população brasileira. Por isso a enfermeira Tatiana Siqueira, docente de Enfermagem da Faculdade Florence, ressalta que, com o aumento da expectativa de vida delas, é ainda mais importante prestar atenção à saúde nas diferentes fases da vida. “É fundamental manter os exames preventivos sempre em dia, especialmente na gravidez e no puerpério, para reduzir ainda mais a taxa de mortalidade materna”, comentou.
Apesar desse cenário, a crise global resultante da pandemia da COVID-19 afetou diretamente o acesso de meninas e mulheres aos serviços de saúde sexual e reprodutiva. A crise de saúde pública agrava os riscos para essa parcela populacional que vive em vulnerabilidades cruzadas, particularmente aquelas que vivenciam realidades em que os sistemas econômicos e de saúde são frágeis.
A mortalidade materna é um importante indicador de qualidade da saúde ofertada para as pessoas e é fortemente influenciada pelas condições socioeconômicas da população. Em média, 40% a 50% das causas podem ser consideradas evitáveis.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil e mais dez países latino-americanos conquistaram avanços significativos na redução de mortes relacionadas à gravidez ou ao parto de 2008 a 2018. Mundialmente, taxas também estão em queda, embora doenças crônicas e outras condições médicas pré-existentes ainda sejam um problema grave. O Brasil reduziu sua taxa de mortes maternas em 53% desde a década de 90.
“Entre os programas instituídos pelo Ministério da Saúde para melhor a atenção durante a gestação está a Rede Cegonha. O programa tem o objetivo de proporcionar saúde, qualidade de vida e bem-estar às mulheres durante a gestação, parto, pós-parto e o desenvolvimento da criança até os dois primeiros anos de vida, além de reduzir a mortalidade materna e infantil e garantir os direitos sexuais e reprodutivos de mulheres, homens, jovens e adolescentes”, detalhou a enfermeira Tatiana Siqueira.
Entre as ações do programa está a implantação de Centros de Parto Normal (CPN), além da Caderneta da Gestante como um instrumento fundamental para o acompanhamento da gestação. O documento deve ser parte essencial do processo de trabalho dos profissionais de saúde, sendo utilizado em todas as consultas do pré-natal, esclarecendo os direitos fundamentais, como a Lei do Acompanhante.
Vale lembrar também que o Brasil reviu as metas de redução da mortalidade materna e mortalidade neonatal e na infância, estabelecidas no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3, relativo à saúde e ao bem-estar, para adequá-las à realidade nacional. A meta referente à mortalidade materna, por exemplo, foi ajustada para até 30 mortes por 100 mil nascidos vivos, enquanto a meta global para 2030 é de menos de 70 óbitos.
Dentro deste contexto, a Florence apoia a luta por melhores condições de saúde para as mulheres através da formação de profissionais da saúde preparados para atendê-las e reforça a importância da população feminina manter os exames preventivos sempre em dia.