Desde 2016, o Ministério da Saúde oficializou o mês de janeiro para a conscientização sobre a hanseníase e a cor roxa para pontuar as campanhas educativas sobre a doença que ainda é vista com muito preconceito e desinformação. A hanseníase – chamada antigamente de lepra – é uma doença crônica e transmissível provocada pela bactéria Mycobacterium leprae. Felizmente, ela tem tratamento gratuito e eficaz.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está em segundo lugar no mundo em número de novas notificações de casos de hanseníase, ficando atrás apenas da Índia. Por ano, são registrados cerca de 30 mil casos no país. Por isso, janeiro é considerado o mês de conscientização sobre a hanseníase e diversas ações educativas são transmitidas à população durante o mês.
“Apesar da hanseníase ser transmissível , ela não é transmitida pelo toque nas feridas, e sim por contato com gotículas de saliva e secreções nasais por um longo período de tempo. No entanto, ela só é passada de um indivíduo que pegou uma forma contagiante e que não está em tratamento para alguém considerado suscetível.Para pegar a doença, você precisa ter uma grande suscetibilidade a ela. Isso só acontece com cerca de 5% da população. A maioria é resistente e não desenvolverá o problema mesmo se tiver contato com versões contagiantes”, explicou a enfermeira Tatiana Siqueira, professora do curso de Enfermagem da Faculdade Florence.
A incubação da M. leprae – ou seja, o tempo que leva para surgirem os sintomas após o contágio – demora de três a sete anos. Esse longo tempo é um dos fatores que dificulta o controle da doença.
Os primeiros sinais da doença são lesões na derme: manchas brancas e vermelhas, placas, caroços, ressecamento e queda de pelos.
“Quando não se inicia o tratamento no começo, ocorre também perda de sensibilidade, com sensação de formigamento e dormência nas mãos e nos pés, além de perda de força muscular. Essas alterações podem levar ao surgimento de ferimentos e posturas inadequadas, com deformações nos membros”, explicou a professora Tatiana Siqueira.
Os pacientes com alta carga bacilar podem também apresentar sensação de nariz entupido.
“Para pegar hanseníase é preciso ser suscetível a ela. Essa característica é definida por fatores genéticos. Porém, o risco aumenta para populações vulneráveis, com baixa renda e escolaridade e que vivem em moradias insalubres. Ela é conhecida como uma doença ligada à pobreza. Está entre as enfermidades que atingem populações negligenciadas”, comenta a professora Tatiana Siqueira.
Outro fator necessário para que ocorra a infecção é o tipo de hanseníase, já que algumas são menos transmissíveis. Confira quais são abaixo:
O diagnóstico é essencialmente clínico, realizado através do exame dermatoneurológico, no qual se analisa a pele e os nervos periféricos pela palpação. Também são feitos testes de sensibilidade e força muscular.
Além dos problemas decorrentes da inflamação nos nervos, uma das principais complicações são as lesões decorrentes da perda de sensibilidade – e que estão inclusive relacionadas ao estigma da enfermidade.
A medida mais importante para evitar a hanseníase é buscar ajuda médica assim que alguém com quem você teve contato for diagnosticado.
Toda a rede do infectado precisa tomar a vacina BCG – aquela que recebemos nos primeiros dias de vida e que deixa uma marquinha no braço.
A doença tem cura e o tratamento é gratuito e disponibilizado em todo o território nacional pelo Sistema Único de Saúde. Após iniciar o tratamento, a hanseníase já não é mais transmitida. Ao notar algum sintoma suspeito da doença, é preciso procurar uma unidade de saúde.
Debater, combater e prevenir é um dever de todos nós! Fique atento aos sinais das doenças e procure um médico!
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