Baiana, nascida em Vila de Cachoreira do Paraguaçu, Anna Justina Ferreira Nery é a patrona da enfermagem no Brasil. Após seis anos do seu casamento, aos 29 anos, ficou viúva com três filhos.
Em 1865, com a formação da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai), o Brasil entra na luta contra o Paraguai. Com isso, seus filhos são convocados pelo exército para lutar nas frentes da batalha. Comovida com a situação, Anna Nery envia um ofício ao presidente da província oferecendo seus serviços como enfermeira. No documento, alegava dois motivos principais: a dor causada pela separação dos filhos e a vontade de aliviar o sofrimento dos combatentes. Na guerra, também estavam dois dos seus irmãos: os tenentes-coronéis Manuel Jerônimo e Joaquim Maurício Ferreira.
Obstinada, mesmo sem resposta do ofício, Anna viaja para o Rio Grande do Sul onde desenvolveu noções de enfermagem com as irmãs de caridade de São Vicente de Paulo. Aos 51 anos, foi incorporada ao Décimo Batalhão de Voluntários, tornando-se a primeira mulher enfermeira do país.
Após isso, Anna Nery começou seus trabalhos nos hospitais de Corrientes, onde haviam mais de seis mil enfermos da guerra e algumas poucas freiras vicentinas realizando os trabalhos de enfermagem.
Mesmo com condições precárias, poucos materiais e excesso de pacientes, devido a sua coragem, dedicação, amor ao próximo e conhecimentos de fitoterapia, a primeira mulher enfermeira do Brasil foi notória em todas as cidades que passou, permanecendo por cinco anos na linha de frente.
Durante o período da guerra, Anna perdeu seu filho, Justiniano, e também um sobrinho. Ao final da guerra, em 1870, adotou três crianças, órfãs de guerra, e voltou para casa. Porém, foi condecorada com as medalhas de prata Geral de Campanha e a Medalha Humanitária de Primeira Classe.
Em 24 de novembro, foi inaugurado o memorial sobre a vida de Anna Nery, a patrona da Enfermagem no Brasil. O espaço foi inaugurado na residência onde viveu a pioneira da profissão no país, em Cachoeira (BA) e está sob os cuidados do Conselho Regional de Enfermagem da Bahia (Coren-BA) e passa a abrigar os restos mortais da profissional, que também é conhecida como a “mãe dos brasileiros”.