O Dia Internacional da Mulher acontece em 8 de março. A data reforça a importância da luta pelos direitos das mulheres e contra a descriminação e desigualdade de gênero.
Elas representam 51,1% da população, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) 2021. Mesmo sendo a maioria no país, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reforçam a desigualdade entre mulheres e homens no Brasil. O documento Estatísticas de Gênero do IBGE de 2019 mostra que elas possuem taxa de participação de 54,5% na força de trabalho, enquanto o índice entre os homens é de 73,4%.
Quando o cenário é a política, em espaços de poder e tomada de decisão, a desigualdade é mais escancarada. Apesar de serem a maioria do eleitorado do país (53%), as mulheres ainda ocupam 17,28% das cadeiras no Senado Federal (2022), 16% entre vereadores (2020) e 17,7% da Câmara dos Deputados.
Em 2022, as candidaturas femininas bateram recorde (33,3%), mas não foram suficientes para reduzir mais ainda a desigualdade na política.
Conquistas das mulheres no Brasil
Em 1827, a partir da Lei Geral, promulgada em 15 de outubro, as mulheres foram autorizadas a ingressar nos colégios e estudarem além da escola primária. Em 1879, as portas das universidades foram abertas à presença feminina. Após 20 anos da Proclamação da República no Brasil, em 1910, nasceu o Partido Republicano Feminino, como ferramenta de defesa do direito ao voto e emancipação das mulheres na sociedade.
Em 1932, o sufrágio feminino foi garantido pelo primeiro Código Eleitoral brasileiro: uma vitória da luta das mulheres que, desde a Constituinte de 1891, pleiteavam o direito ao voto. Em 27 de agosto, a Lei n.º 4.212/1962 permitiu que mulheres casadas não precisassem mais da autorização do marido para trabalhar, inclusive podendo de ter o direito à herança e a chance de pedir a guarda dos filhos em casos de separação. No mesmo ano, a pílula anticoncepcional chegou ao Brasil.
A partir da Lei n.º 6.515/1977 o divórcio tornou-se uma opção legal no Brasil e mulheres puderem findar casamentos, porém, mesmo anos após a validação da lei, as mulheres divorciadas permaneciam vistas com maus olhos pela sociedade.
Na Constituição de 1988, as mulheres passaram a ser vistas pela Legislação Brasileira como iguais aos homens. Porém, apenas em 2002 o Código Civil brasileiro extinguiu o artigo que permitia que um homem solicitasse a anulação do seu casamento, caso descobrisse que a esposa não era virgem antes do matrimônio.
Em 2006, foi sancionada a Lei Maria da Penha para combater a violência contra a mulher e em 2015, foi aprovada a Lei do Feminicídio. A partir de 2018, a importunação sexual feminina foi considerada crime.
É nesse espírito de conquistas femininas e fortalecimento dos direitos das mulheres que, para lembrar dessa importante data, falamos com uma grande colaboradora da Faculdade e do Instituto Florence para contar qual é o significado de ser mulher na sociedade e no mercado educacional. E quem fala mais sobre esse dia especial é a professora da Faculdade Florence, Ildoana Paz. Confira a entrevista na íntegra.
Qual o sentimento de ser mulher na sociedade atual?
Ser mulher nunca foi fácil. Sempre fomos pressionadas a ter muitas obrigações e responsabilidades. Para conseguirmos alcançar o nosso empoderamento, tivemos que lutar intensamente em uma sociedade machista, para assim manter a sua voz. Então nós estamos sempre em constante batalha, para mostrar a todos que não somos apenas aquele ser que serve para procriar e cuidar da família, mas aquele ser que pensa, age, critica e contribui igual ao homem perante a sociedade.
Na sua opinião, qual é o papel da mulher na educação?
A mulher, por ser mãe, já começa a educar o filho quando se encontra no ventre. Então ela tem um papel muito grande na educação do filho, nas suas, atitudes, comportamento e como ela quer que o filho seja perante a sociedade. O caminho a seguir é o do bem, do amor, do respeito, do companheirismo, da harmonia e também sempre sendo muito humilde com todos. Portanto, o maior exemplo são as mães que já educam seus filhos desde que se encontram no ventre. A mulher tem esse poder.
Você já encontrou alguma dificuldade profissional por ser mulher?
Eu nunca encontrei nenhuma dificuldade, porque eu sempre busquei diversas áreas do conhecimento, sempre estudando, aprendendo e capacitando para ter condições de dialogar de igual pra igual com todos ao meu redor.
O que lhe inspira na luta pelos direitos das mulheres?
Só poder está ativa na sociedade já é uma luta. Portanto, eu busco sempre no meu trabalho ser a melhor profissional para mostrar as outras pessoas que eu sou altamente competente e que se eu consegui chegar esse patamar, qualquer pessoa também pode conseguir e ser melhor ainda.
Papel da Florence no fortalecimento dos direitos das mulheres
A Florence entende o seu papel no fortalecimento da equidade de gênero, por isso, através da educação, entrega ao mercado de trabalho mulheres com formação técnica, ética e humanística. A Instituição construiu sua história carregando o nome de uma grande enfermeira chamada Florence Nightingale, conhecida por fundar a enfermagem moderna. A empresa também tem mulheres com principais líderes, dentre elas, a diretora-geral, professora Rita Ivana Barbosa Gomes, e como mantenedora, Sra. Teresinha de Jesus Barbosa Gomes.
A Florence possui em seu corpo de funcionários mais de 100 mulheres que trabalham na Instituição.Mmuitas delas ocupando cargos de liderança na docência e em áreas administrativas do Instituto e Faculdade.