Os professores do Curso de Farmácia do Instituto Florence de Ensino Superior, Luiz Fernando Ramos e Elizângela Motta apresentaram, durante uma audiência pública realizada pelo Ministério Público do Maranhão para tratar da destinação final de medicamentos vencidos ou sem uso, uma iniciativa do Instituto Florence que vem realizando o recolhimento de medicamentos. O projeto embasa a produção de trabalhos científicos pelos alunos do curso de Farmácia e depois recebem a destinação final adequada, que é a incineração.
A audiência foi realizada no dia 1° de outubro, por meio da 1ª Promotoria de Justiça Especializada na Proteção ao Meio Ambiente, Urbanismo e Patrimônio Cultural e da 2ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde de São Luís. Durante o evento foram apresentados dados de uma pesquisa publicada em maio deste ano, feita pelo Conselho Federal de Farmácia e Instituto Datafolha, que apontou que 77% dos brasileiros se automedicam. Metade desse grupo faz uso da automedicação pelo menos uma vez por mês e 25% dos entrevistados utilizam remédios sem prescrição médica diariamente. Há também casos em que os medicamentos prescritos não são utilizados conforme indicado, o que muitas vezes deixa resíduos de remédios não utilizados.
O projeto dos professores da instituição começou em 2016, com uma experiência da professora Elizângela Mota, na disciplina de Farmácia Clínica, onde foi lançado um desafio para os alunos sobre a questão do descarte de medicamento, durante a campanha sobre o uso racional de medicamentos. Surgindo daí a campanha do descarte dentro do Instituto Florence e tomando uma proporção muito maior, quando as pessoas de fora da instituição começaram a ter conhecimento que esta recebia o material para fazer o descarte de medicamentos. Com o crescimento desta procura, os professores Luiz Fernando Ramos, Elizângela Mota e Patrícia Alves, se uniram e criaram a LAGEP (Liga Acadêmica de Pesquisa de Gestão e Processos Farmacêuticos). Assim, a Liga ganhou volume, e começou o trabalho de identificação de todos os medicamentos pelas classes farmacêuticas e quantidade, realizando ações educativas e de exposições educativas, além do desenvolvimento de trabalhos de conclusão de curso (TCC). Com isso, o Florence ganhou notoriedade, inclusive junto ao Ministério Público que, reconhecendo este trabalho e representado pelos promotores Dr. Fernando Barreto e a Dra. Glória Mafra, fez o convite para a apresentação do projeto na audiência pública sobre descarte de medicamentos, junto ao fórum estadual de educação ambiental, promotorias da saúde e do meio ambiente, da secretaria da saúde e demais órgãos ligados à questão do descarte.
‘’O Ministério Público ficou encantado com o nosso trabalho e destacou a importância institucional que o Florence possui hoje, em relação a esse trabalho de descarte de medicamento. Para nós, é motivo de muito orgulho e junto com os nossos alunos, continuaremos a desenvolver esse trabalho. Atualmente, já temos mais de 7 mil medicamentos catalogados, e que estão sendo transformados em trabalhos de conclusão de curso, em trabalhos levados durante a participação em congressos, onde fazemos a divulgação do Instituto Florence e do importante serviço que os professores e alunos veem desenvolvendo dentro da instituição”. Declarou o professor Luiz Fernando Ramos.