24 de março é o Dia Mundial de Combate à Tuberculose. A data surgiu para sensibilizar a população sobre os riscos da tuberculose (TB) e intensificar os esforços para acabar com a epidemia global da doença. O dia foi escolhido porque o médico Robert Koch anunciou, nesta mesma data em 1882, que havia descoberto a bactéria que causa a tuberculose, abrindo caminho para o diagnóstico e a cura da doença.
Todos os dias, mais de quatro mil pessoas perdem a vida devido à tuberculose e cerca de 30 mil ficam doentes com esta doença, que pode ser evitada e curada. Cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose no mundo e mais de um milhão morrem, anualmente.
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas. A doença é causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch.
Conforme a enfermeira Márcia Lima, professora de Atenção Básica 2 do curso de Enfermagem da Faculdade Florence, no ano de 2020 foram notificados 956 casos de tuberculose no Maranhão, destes 68 casos foram de pessoas vivendo com HIV/AIDS, 163 casos entre as pessoas privadas de liberdade e 34 casos entre pessoas em situação de rua.
“Existe no Brasil um movimento incansável que junta esforços federais, estaduais e municipais pela luta para erradicação da doença. O Ministério da Saúde faz grande chamado para a identificação de sinais e sintomas da tuberculose, por isso escolheu março como o mês para o debate e a conscientização da tuberculose. É importante ressaltar que a tuberculose tem cura, seu tratamento dura no mínimo 6 meses e a vacina da BCG é importante para evitar casos graves de tuberculose. Na presença de sintoma, procurar qualquer unidade básica de saúde da família”, acrescentou a professora Márcia Lima.
Pelo alto risco à saúde, a Organização da Nações Unidas (ONU) alerta que é necessário ampliar o acesso à prevenção e ao tratamento da doença; garantir financiamento suficiente e sustentável para o tratamento e pesquisa; promover o fim do estigma e da discriminação; e por fim, promover uma resposta equitativa, baseada em direitos e centrada nas pessoas.
A tuberculose é uma doença de transmissão aérea e ocorre a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa.
Estima-se que, durante um ano, um indivíduo que tenha baciloscopia positiva e que não esteja em tratamento, possa infectar, em média, de 10 a 15 pessoas.
A má alimentação, a falta de higiene, o tabagismo, o alcoolismo, o uso de drogas ilícitas ou qualquer outro fator que provoque baixa imunidade também favorecem o estabelecimento da doença no organismo.
O principal sintoma da tuberculose é a tosse na forma seca ou produtiva. Por isso, é recomendado que toda pessoa com tosse por três semanas ou mais seja investigada para tuberculose. Há outros sinais e sintomas que podem estar presentes, como:
– febre vespertina;
– sudorese noturna;
– emagrecimento;
– cansaço/fadiga.
O tratamento da tuberculose é feito com medicamentos e dura, no mínimo, seis meses. É gratuito e disponibilizado no Sistema Único de Saúde (SUS), devendo ser, preferencialmente, em regime de Tratamento Diretamente Observado (TDO). Todas as pessoas que seguem o tratamento corretamente ficam curadas da doença.
Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de terapia, encontra-se muito reduzida. No entanto, o ideal é que as medidas de controle sejam implantadas até que o paciente esteja negativo para a baciloscopia, tais como cobrir a boca com o braço ou lenço ao tossir, manter o ambiente bem ventilado e com bastante luz solar.
A principal maneira de prevenir a tuberculose é com a vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), disponível gratuitamente no SUS. Essa vacina deve ser dada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até quatro anos, 11 meses e 29 dias de idade e protege contra as formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a meníngea.
Avaliar familiares e outros contatos do paciente contaminado para que não desenvolvam a forma ativa da tuberculose é outra forma de prevenção.
Vale ressaltar que a tuberculose tem relação direta com problemas sociais, principalmente com a pobreza e a exclusão social. Por isso, além dos fatores relacionados ao sistema imunológico de cada pessoa e à exposição ao bacilo, o adoecimento por tuberculose está ligado às condições precárias de vida, afetando grupos populacionais em situações de maior vulnerabilidade, dentre eles: indígenas; pessoas privadas de liberdade; pessoas que vivem com HIV/aids; e pessoas em situação de rua.
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