Uma caminhada, no domingo, na Avenida Litorânea, chamou a atenção para a necessidade da doação de medula óssea. A ação, promovida pela Liga Acadêmica de Hematologia do curso de Farmácia do Instituto Florence (LAHEFF), também chamou atenção para o fato de não haver no Maranhão uma unidade de saúde que possa captar e transplantar a medula óssea, obrigando pacientes e doadores a terem de se deslocar para outros estados, o que também dificulta os transplantes no estado.
Durante a caminhada, foram distribuídos folderes explicativos, e professores e alunos do curso tiraram as dúvidas da população sobre o tema. A atividade foi orientada pela professora Lisiane Borges. “O transplante de medula óssea é indicado para o tratamento dos cânceres hematológicos, como a leucemia e a medula pode vir de um doador que faça parte da própria família do paciente ou de um voluntário”, informou.
Para que se realize um transplante de medula, é necessário que haja uma total compatibilidade entre doador e receptor. Caso contrário, a medula será rejeitada. Esta compatibilidade é determinada por um conjunto de genes localizados no cromossomo 6, que devem ser iguais entre doador e receptor. A análise de compatibilidade é realizada por meio de testes laboratoriais específicos, com base em amostras de sangue do doador e receptor, chamados de exames de histocompatibilidade.
Probabilidade – Com base nas leis de genética, as chances de um indivíduo encontrar um doador ideal entre irmãos (mesmo pai e mesma mãe) é de 25%, por isso a importância de voluntários para aumentar os estoques nos bancos de medula óssea. Lisiane Borges explicou que a captação da medula do doador é um procedimento sem riscos. “A medula é retirada por meio de uma punção no osso da bacia e em apenas 15 dias o organismo já repôs esse material retirado”, disse.
A medula óssea é um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecida popularmente por ‘tutano’. Na medula óssea são produzidos os componentes do sangue: as hemácias (glóbulos vermelhos), os leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. As hemácias transportam o oxigênio dos pulmões para as células de todo o nosso organismo e o gás carbônico das células para os pulmões, a fim de ser expirado. Os leucócitos são os agentes mais importantes do sistema de defesa do nosso organismo e nos defendem das infecções. As plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.
Passo a passo para se tornar um doador
– Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos com boa saúde poderá doar medula óssea. Esta é retirada do interior de ossos da bacia, por meio de punções, sob anestesia, e se recompõe em apenas 15 dias.
– Os doadores preenchem um formulário com dados pessoais e é coletada uma amostra de sangue com 5 a 10 ml para testes. Estes determinam as características genéticas que são necessárias para a compatibilidade entre o doador e o paciente.
– Os dados pessoais e os resultados dos testes são armazenados em um sistema informatizado que realiza o cruzamento com dados dos pacientes que estão necessitando de um transplante.
– Em caso de compatibilidade com um paciente, o doador é então chamado para exames complementares e para realizar a doação.
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Fonte: Jornal O Estado do Maranhão