Uma luta histórica, a busca das mulheres pelo acesso a direitos civis, condições igualitárias de trabalho e representatividade política permanece sendo uma pauta atual. Definida como “Dia Internacional da Igualdade Feminina”, 26 de agosto é uma data que reforça a necessidade de debate e de ações efetivas para o alcance da equidade nas mais diferentes esferas da sociedade.
Segundo a advogada e professora do curso de Direito da Faculdade Florence, Alda Bayman, as conquistas femininas é um processo de transformação social. “Ao longo da história vislumbramos que as conquistas femininas são coincidentes com o processo de transformação social que exige posturas efetivas de combate à uma sociedade que busca limitar a mulher em seus direitos e perspectivas . A conquista do voto a lei maria da maria da Penha , a obrigação da participação de mulheres do pleito eleitoral acabam por serem marcos significativos na busca por amenizar as distorções de uma sociedade machista e patriarcal . Muito ainda temos que avançar, mas esse processo já teve início”, conta.
Em 26 de agosto de 1973, o Congresso dos Estados Unidos decidiu que nesta data seria comemorado o Dia Internacional da Igualdade Feminina em homenagem à aprovação, 53 anos antes, da 19ª emenda, que permitiu o voto às mulheres norte-americanas. No Brasil, o voto feminino amplo chegou em 1934 e só se tornou obrigatório em 1946. E mesmo que muitas outras conquistas, como o direito à licença-maternidade, o acesso ao anticoncepcional e a criação de leis contra violência doméstica, devam ser relembradas e celebradas, basta examinar pesquisas e relatórios sobre gênero para entender que, infelizmente, ainda há um longo caminho a ser percorrido para a equidade.
Nos últimos tempos, as mulheres não só conquistaram mais acesso ao mercado de trabalho, e à educação, como se tornaram grandes exemplos nestes meios. Isso é fruto de uma incansável luta pela igualdade entre os sexos, mas que, infelizmente, está longe de terminar.
Graças ao Feminismo (do latim femĭna, que significa “mulher”), um movimento filosófico, social e político, cuja principal caraterística é a luta pela igualdade de gêneros (homens e mulheres), a popularização do debate e a conscientização sobre o assunto tem aumentado significativamente, mas a pouca representatividade política, a violência, e as desigualdades no mercado de trabalho ainda existem, por isso há muito que ser feito para, de fato, alcançar igualdade em oportunidades e cargos para as mulheres.
A professora Alda Bayman comenta o que ainda falta ser alcançado na luta feminina. “Ferramentas efetivas que fiscalizem e busquem punir instituições que ainda hoje tratam com diferença à mulher em seus espaços , a exemplo , o ambiente laboral , às instituições do sistema de justiça que a todo momento violam as prerrogativas da mulher advogada fazendo surgir a necessidade de um controle , fiscalização e punição sua eficazes como forma de combate à tais posturas”, conta.
Segundo a professora Alda, existem diversos caminhos para conquistar essa igualdade Feminina, dentre eles, o diálogo. “É necessário o diálogo interinstitucional, buscando criar leis e fiscalizar o seu cumprimento no caso concreto. Sob tal perspectiva cumpre ao Estado oferecer ferramentas para que não somente as leis sejam criadas , mas os mecanismos de fiscalização estejam aptos para oferecer uma resposta razoável em tempo hábil”, explica.
Alguns métodos podem contribuir para que se estabeleça a igualdade no ambiente de trabalho, como aumentar a concepção de liderança e dar oportunidades para ambos exercerem cargos altos dentro das empresas; valorizar os atributos profissionais das mulheres e suas qualificações; oferecer salários igualitários; promover mudanças de leis e de cultura, que muitas vezes vêm de dentro de casa.
São hábitos que devem ser transformados para se conquistar de fato a igualdade em todos os setores da sociedade.