O dia 5 de maio foi a data criada como alerta para a população ficar atenta quanto aos problemas causados para a saúde pela automedicação. Ressalta-se que o objetivo é alertar que o uso indiscriminado de medicamentos e a automedicação são as principais causas do número elevado de intoxicações por remédios.
De acordo com a docente do curso de Farmácia da Faculdade Florence Nilviane Pires, entende-se que há uso racional de medicamentos quando pacientes recebem medicamentos apropriados para suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade. “Sabemos que medicamento é coisa séria! Então, podemos dizer que o uso racional de qualquer medicamento se dar quando o paciente recebe o medicamento correto para patologia ou necessidade clínica que apresente com a dose e período adequado, com o menor custo possível, levando em consideração sempre as necessidades individuais do paciente”, explica.
A professora ainda comenta que o alívio da dor ou o desaparecimento dos sintomas ou sinais não significa a cura da doença. A interrupção do tratamento antes do prazo informado na receita pode resultar em agravamento da doença.
Segundo o Ministério da Saúde, esse dia foi criado para alertar a população em relação aos riscos causados pela automedicação. O objetivo é demonstrar que o uso indiscriminado de medicamentos e a automedicação são os principais responsáveis pelos altos índices de intoxicação por medicamentos no país.
Dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma) apontam que cerca de 20 mil pessoas morrem anualmente no país por automedicação. Em 1985, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu a emergência de se disseminar o uso racional de medicamentos (URM) quando há administração adequada de fármacos, considerando as necessidades clínicas e individuais de cada paciente.
Riscos da automedicação
A profa. Nilviane Pires comenta que a medicalização inadequada pode causar reações adversas à saúde da população, impactando, ainda, no crescimento de índices de intoxicação, dependência e iatrogenia (estado de saúde com efeitos adversos ou agravamentos resultantes do tratamento médico). Também gera consequências que podem comprometer o abastecimento das farmácias.
“Vamos aquela frase clássica que cabe bem aqui: ‘a diferença entre medicamento e o veneno é a dose’. Não é porque um medicamento funcionou bem para seu amigo ou vizinho que será a solução dos seus problemas. O uso dos medicamentos de maneira incorreta ou irracional pode ser trazer serias consequências a saúde como: intoxicação, resistência ao medicamento – no caso dos antibióticos, p ex.- e até a morte. Logo, procure sempre seu farmacêutico do coração em caso de dúvidas”, conta.
A professora ainda explica a importância do Farmacêutico no combate ao uso de medicação indevida. “O farmacêutico além do profissional do medicamento, também é visto hoje, como um profissional da saúde que atua no cuidado em saúde. Sendo apto a repassar toda e qualquer informação necessária ao paciente sobre sua farmacoterapia, desde forma de tomar a medicação, até se a interação com alimentos e outros medicamentos. Assim, o farmacêutico é um dos principais atores no processo de educação quanto ao uso racional medicamentos pela população. Não podemos esquecer que dentro da legislação vigente o farmacêutico também estar apto a prescrever medicamentos isentos de prescrição”, finaliza.
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